sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ciclo

Abro uma pasta do computador como quem abre uma porta para dentro de um túnel do tempo. Abro o primeiro documento, leio a primeira linha. Até que não doeu tanto, afinal não era tão recente. Fecho. Abro outro documento e meu coração já diminui no mínimo uns 10 cm, ficando pequenino e apertado. Algumas lembranças podem ser boas, já outras, doerem como um punhal afundado no peito, em um movimento contínuo de vai e vem, quase como uma tortura. E como dói!
Quem diria que um dia eu fosse chorar, chorar e chorar hor-ro-res por alguém. Mas, no final, após algum desentendimento ou outro motivo já não tão importante - provavelmente esquecido, por essa memória falha, ou forçado ao esquecimento -, eu não fosse ter mais tanto sentimento por esse alguém. Talvez até a indiferença tenha tomado conta de mim, e dele. Mas, ao menos com tudo isso eu pude concluir que sempre dói no “agora”, mas depois que o “amanhã” chega, não dói mais – ou não tanto. E o amanhã pode até demorar a chegar, mas no final, sempre chega. O difícil, é tentar me convencer disso após um novo amor, um novo término, um novo destruidor-de-corações.
Estaria eu pronta para uma nova página em branco?

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